Por que celebrar os “quases” dos nossos alunos fortalece o cérebro, a coragem e a autonomia
Outro dia, em uma das observações nas salas de aula, ouvi um aluno dizer com brilho nos olhos: “Eu quase consegui ler o livro inteiro sozinho, professora!”.
Fiquei pensando sobre a força que há nesse “quase”. À primeira vista, pode parecer algo incompleto, mas, na verdade, cada “quase” é um passo fundamental no crescimento das crianças.
A neurociência já nos mostra que o cérebro se fortalece no esforço, na tentativa, no erro e no recomeço. Cada quase-acerto cria novas conexões, amplia a memória e vai dando à criança mais autonomia. É nesse processo que se constrói a aprendizagem verdadeira.
Aqui na escola, acreditamos que buscar a excelência acadêmica e grandes resultados não exclui valorizar os pequenos passos. Pelo contrário: é no reconhecimento das conquistas parciais que a criança encontra coragem para avançar.
E é tão bonito quando eles nos dizem:
“Quase acertei tudo na prova de matemática!” – aluna do 4º ano
“Quase consegui ficar sem chorar na apresentação!” – aluno do Infantil 5
“Quase falei inglês sem travar!” – aluno do 3º ano
Não são frases de fracasso, mas de avanço. O “quase” mostra que eles estão em movimento, e que o “eu consegui” está logo ali adiante.
Estamos chegando ao fim de mais um ano letivo, e o convite que deixo às famílias é este: celebrem também os “quases” dos seus filhos. Eles não diminuem a meta, apenas mostram que o caminho está sendo trilhado com esforço e coragem.
No fim das contas, é justamente a soma desses “quases” que prepara nossos alunos para os grandes saltos que virão.