10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, com diversas ações em todo o mundo, desde 2003. Um tema que pode parecer pesado, mas que é de extrema importância. Falar sobre isso é fundamental. Basta dizer que, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), atualmente o suicídio é a terceira maior causa de morte entre jovens de 15 e 29 anos e a sétima causa entre crianças de 10 e 14 anos de idade.
Levantamento da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) e da OMS apontam que o suicídio é responsável por 800 mil mortes todos os anos, 1 a cada 40 segundos. Esse cenário coloca o suicídio como um problema de saúde pública mundial. Considera-se que haja subnotificação dos casos, ou seja, esse número pode ser ainda mais alarmante. E também devem ser consideradas as tentativas de suicídio.
Além disso, a taxa de mortalidade por suicídio é um indicador da meta 3.4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: até 2030, reduzir em um terço a mortalidade prematura por doenças não transmissíveis via prevenção e tratamento, e promover a saúde mental e o bem-estar.
Interessante salientar que a própria OMS afirma que a prevenção alcança 90% dos casos. Isso significa que todos nós podemos, sim, fazer a diferença na vida de alguém, evitando que a pessoa dê um fim trágico à sua vida. O primeiro ponto é reduzir os meios de acesso ao suicídio e a identificação precoce de transtornos mentais, por substâncias, dores crônicas e estresse emocional agudo.
Embora a relação entre distúrbios suicidas e mentais (em particular, depressão e abuso de álcool) esteja bem estabelecida em países de alta renda, vários suicídios ocorrem de forma impulsiva em momento de crise, com um colapso na capacidade de lidar com os estresses da vida – tais como problemas financeiros, términos de relacionamento ou dores crônicas e doenças.
Além disso, o enfrentamento de conflitos, desastres, violência, abusos ou perdas e um senso de isolamento estão fortemente associados com o comportamento suicida. As taxas de suicídio também são elevadas em grupos vulneráveis que sofrem discriminação, incluindo refugiados e migrantes; indígenas e pessoas privadas de liberdade.
O estigma em torno de transtornos mentais como a depressão faz com que muitas pessoas se recolham ainda mais dentro de si mesmas, evitando o contato e não considerando buscar ajuda. Esse é o maior erro, pois conversar sobre o assunto é ainda a melhor forma de prevenção.
Isolamento, mudanças marcantes de hábitos, perda de interesse por atividades de que gostava, descuido com aparência, piora do desempenho na escola ou no trabalho, alterações no sono e no apetite, frases como “preferia morrer” ou “queria desaparecer”, podem indicar necessidade de ajuda.
Fique atento a esses sinais, eles podem representar um pedido de socorro. Um abraço, uma conversa ou um simples sorriso podem salvar a vida de alguém. E, se você está sentindo um aperto no peito, uma falta de vontade de fazer qualquer coisa, procure ajuda, converse com alguém, nada de isolamento, permita-se receber ajuda!
Origem da cor amarela
Segundo a Associação Catarinense de Psiquiatria, a cor da campanha foi adotada por causa da história que a inspirou:
Em 1994, um jovem americano de apenas 17 anos, chamado Mike Emme, tirou a própria vida dirigindo seu Mustang amarelo. Seus amigos e familiares distribuíram no funeral cartões com fitas amarelas e mensagens de apoio para pessoas que estivessem enfrentando o mesmo desespero de Mike, e a mensagem foi se espelhando mundo afora.
No Brasil, o CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção ao suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone (basta discar 188), email http://(https://www.cvv.org.br/) e chat 24 horas todos os dias.
Fonte: OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) Brasil e OMS (Organização Mundial da Saúde) – https://www.paho.org/bra/