Aprendizado em tempos de pandemia

E, de repente, tudo mudou. Com as orientações divulgadas pelas autoridades, as famílias precisaram ficar em suas residências, as escolas fecharam e a rotina escolar foi alterada. As escolas fecharam, mas nem por isso o aprendizado parou, pelo contrário, professores e alunos incrementaram o seu caminho em busca do conhecimento.
Muito além do conteúdo, está sendo garantida aos alunos a oportunidade de um novo aprendizado, “o grande aprendizado do futuro. A capacidade de enfrentar coisas com as quais não estamos acostumados”, como bem explica Leandro Karnal (Historiador e autor de diversas publicações).
Foi preciso algo muito intenso para mexer com o que já tinha se tornado hábito. Relações mudaram, as famílias ficaram mais próximas de seus filhos. Estão conseguindo compreender melhor como se dá o aprendizado. Nada mais é como no tempo em que estavam na escola. Isso é fantástico, porque o futuro aguarda novos tipos de profissionais. Karnal lança um olhar para esse tempo que nem está tão longe, quando diz que “o futuro demandará pessoas que reajam a situações inusitadas, para que não sejam substituídas por robôs ou algoritmos”.
A educação de há muito não é mais um processo de mão única, o conhecimento é construído em conjunto com os pares e com os professores, que aparecem agora como tutores, guiando os alunos diante das informações que estão à mão. A internet facilitou o rápido acesso a um sem número de dados, basta um clique para tudo se descortinar na tela, na palma da mão.
O chamado ensino híbrido ou “blended learning” já batia às portas das escolas e esse período fez surgir o seu embrião. A expressão em Inglês sugere um ensino mesclado e é assim que muitas escolas já vêm trabalhando, com a implantação de aulas invertidas, onde o aluno estuda o conteúdo e leva as dúvidas e considerações para serem debatidas em sala de aula. Também prevê a utilização de estações, utilizando espaços diferentes da tradicional sala de aula.
Esses diversos ambientes podem ser considerados também como recursos digitais, pois permitem sua utilização por dispositivos móveis. Assim, em qualquer lugar, o aluno terá o controle sobre como, onde, o que e com quem vai estudar, ele será o protagonista de seu próprio conhecimento. Ele é quem vai decidir qual o melhor meio para estudar determinado conteúdo.
Dessa forma, aulas online, videoaulas, plataformas digitais e outras ferramentas que vem sendo utilizadas em época de pandemia já são conhecidas dos alunos de colégios que levam a educação a sério, passaram apenas a ser utilizadas com maior frequência, principalmente em casa.
Segundo Lilian Bacich (doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano, mestre em Educação, bióloga e pedagoga), atualmente “as configurações das aulas favorecem momentos de interação, colaboração e envolvimento com as tecnologias digitais”. E esse é o convite que os alunos, sejam crianças ou adolescentes, estão fazendo a suas famílias, nesse caminho do ensino remoto, que venham percorrer esse infinito caminho do conhecimento de uma nova forma.
A integração dos diferentes momentos de aprendizagem, com aulas on e offline, individuais ou em grupo, presenciais ou remotas, com pesquisas de campo, exercícios, debates e atividades da cultura maker com práticas “mão na massa” permitirão a instituição do verdadeiro ensino híbrido. A redução do tempo de aulas expositivas permitirá ao professor acompanhar de forma mais próxima o caminhar do aluno, auxiliando-o na elaboração do conhecimento.
O momento está sendo muito importante, está enriquecendo as novas formas de aprendizado. Nada mais será como antes, a escola se reorganizará, adaptando ambientes, redesenhando as aulas, revisitando as metologias, para que a sua proposta pedagógica possa ser absorvida por toda a comunidade escolar.

Iris Sayago - Mtb 15737
Coordenadora de Comunicação e Marketing
Colégio Palavra Viva

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